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  • Foto do escritorJuliana Melo

Como explicar ao seu filho que ele precisa ir ao psicopedagogo?


Você sabia que, se uma criança tem notas baixas na escola, ela pode estar com problemas na aprendizagem e a psicopedagogia pode ajudar a descobrir os motivos desse baixo rendimento?

Muitos problemas de aprendizagem podem estar relacionados à falta de atenção, concentração e memória. Esses problemas, ao longo dos anos, podem ocasionar quadros de estresse infantil, depressão e isolamento, uma vez que a criança não interage com os adultos e, algumas vezes, nem mesmo com os colegas da mesma idade.

Para entender as dificuldades das crianças, o psicopedagogo utiliza-se de diversos recursos como leitura, jogos, desenhos e outras técnicas de diagnóstico. Assim pode atuar diretamente na origem do problema e buscar soluções para que a criança não tenha prejuízos no processo de aprendizagem, ao longo de sua vida escolar.

Angústia, apatia, medo, insônia, falta de interesse, nervosismo, irritabilidade são sintomas de que algo pode estar errado. Na consulta inicial serão investigadas as causas desses sintomas. Depois, o psicopedagogo dará um diagnóstico e irá indicar ações e atividades para favorecer a superação dessas dificuldades de aprendizagem.

Superando seus problemas, a criança torna-se mais autônoma e independente, refazendo sua capacidade de autoestima e convívio social. É isso que desejamos para nossos filhos, não é mesmo?

Mas lembre-se: cada pessoa aprende num ritmo diferente. Sendo assim, prestar atenção nos nossos filhos e nos sinais que eles mostram é a melhor maneira que temos para ver se uma consulta a um psicopedagogo é necessária.

Por ter conhecimento sobre diversas áreas como Psicologia, Pedagogia, Neurologia, Fonoaudiologia, Linguística, entre outros, a Psicopedagogia é a especialidade mais indicada para ajudar as crianças a superarem suas dificuldades de aprendizagem.

Logo, fique de olho no seu filho. E, achando necessário, procure um psicopedagogo para ajudar a entender o que está acontecendo.

Há alguns dias, ouvi de uma professora que “hoje em dia, parece que toda criança tem hiperatividade ou déficit de atenção”. Realmente, o número de encaminhamentos a psicólogos, psiquiatras e psicopedagogos está em alta. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), 50% das crianças brasileiras chegam ao final do Ensino Médio com dificuldades de leitura ou escrita – e, dentre elas, 30% foram diagnosticadas como portadoras de deficiência de aprendizado.

Por outro lado, de acordo com a Organização Psiquiátrica Americana, apenas entre 2 e 10% da população mundial apresenta transtornos de aprendizagem. O que causa essa discrepância nos números?

“Esse índice está diretamente ligado a crianças que não foram avaliadas por uma equipe multidisciplinar antes de serem medicadas”, explica a psicopedagoga Marli da Costa, especialista em Neuropsicopedagoga e Desenvolvimento Humano. “Muitas dessas crianças conseguiriam avanços apenas com as intervenções adequadas, sem necessidade de medicamentos”.

As dificuldades mais apontadas pelas escolas são o déficit de atenção, hiperatividade e transtorno não-verbal de aprendizagem. As características que levam a esse diagnóstico, porém, nem sempre são definitivas – muitas vezes, até certa dose, são comportamentos usuais da infância, que estão se intensificando enquanto a criança se ajusta a uma situação de mudança em sua vida.

Afinal, a entrada na escola é o início de um período de aprendizado não apenas cognitivo, mas social. A criança passa de ser a única, rodeada de adultos, em casa (ou seja, com pouca ou nenhuma necessidade de dividir a atenção ou assumir responsabilidades), para um ambiente em que se vê forçada a conviver com outros colegas. Ela começa a desenvolver habilidades pessoais e sociais antes inexistentes; por consequência, a sala de aula se torna um lugar de, paralelamente, crescimento e sofrimento.

A princípio, o professor deve testar soluções para o mau comportamento ou a dificuldade de aprendizado: afinal, as crianças aprendem de formas diversas. Muitas vezes, elas melhoram sem apoio de medicamentos.

É interessante que o professor mantenha um registro mais frequente das crianças que apresentam algum tipo de atitude problemática – a princípio, para definir se é ou não um caso que precise ser encaminhado a um profissional e, futuramente, para auxiliar no tratamento. As anotações devem ser o mais detalhadas possível, explicitando em quais momentos o mau comportamento se manifestou (em sala de aula, no recreio, sozinho ou rodeado de colegas?), com que frequência e em quais atividades.

A partir daí, é mais fácil perceber quais os gatilhos que acionam as crises. Começou durante uma atividade? Uma fala do professor? Uma discordância entre as crianças? Levante hipóteses sobre as causas do problema e as tentativas de solucioná-lo que estão sendo empregadas.

Entretanto, nem sempre a escola por si só é a origem da dificuldade. É essencial considerar o que as crianças estão vivenciando em casa, em ambiente familiar. “Muitas vezes, nos deparamos com crianças sem limites que são confundidas com hiperativas, ou, outras, superprotegidas e com pais autoritários”, relata Marli. Sobrecarregar os filhos com atividades extracurriculares em excesso também pode desencadear problemas de aprendizado. “São crianças que estão tentando dar conta de um currículo muito extenso, mas ainda são imaturas ou não têm interesse pelo que querem ensiná-las”.

No mais, os transtornos de aprendizagem podem estar relacionados a:

  • Mudanças de escola ou de cidade, ou separações em geral (dos pais, entre amigos de outro colégio);

  • Problemas sócio-culturais;

  • Envolvimento com drogas ou medicações mal administradas (que podem causar agitação ou sonolência, por exemplo);

  • Rotina familiar desorganizada (que gera instabilidade) ou excesso de responsabilidade sobre a criança (como cuidar dos irmãos menores ou trabalhar para complementar a renda da casa);

  • Falta de preparo da escola e dos docentes ao se comunicar com os alunos e com os pais;

  • Infraestrutura precária da escola (tais quais salas superlotadas, falta de material, número de educadores e funcionários insuficiente);

  • Doenças como anemia, diabetes ou depressão.

A maneira como os adultos conversam e se relacionam com a criança é, portanto, essencial. Marli ressalta um caso em que uma menina de 6 anos, que exibia atrasos na alfabetização, entrou no consultório já afirmando que “era lenta e não tinha memória”. “Contei a ela uma história e fiz perguntas sobre a narrativa. A menina conseguiu me responder com detalhes! Então, disse a ela que, se era capaz de se recordar de tanto, significava que tinha memória. Perguntei por que ela havia me dito que não possuía nenhuma”. Ao que a menina respondeu que, todos os dias, enquanto fazia a lição de casa, seu pai afirmava que ela não tinha memória e, por isso, não aprenderia.

É gravíssimo impor um diagnóstico precoce ou incorreto sobre uma criança. O rótulo reforça, na cabeça dela, suas qualidades mais negativas e o que ela não é capaz de realizar. Consequentemente, sua autoestima é abalada e ela se sente desencorajada a aprender – podendo até desistir de tentar por completo.

O ambiente familiar e mudanças bruscas na vida pessoal geralmente desencadeiam transtornos de aprendizado. A família deve estar envolvida no tratamento

Como identificar um transtorno de aprendizado?

É claro que isso não significa que não existam casos reais de déficits de aprendizagem. Em sala de aula, há formas de o professor identificar sintomas:

  • Problemas de linguagem: a criança não consegue articular palavras, adquirir novo vocabulário, seguir instruções orais (mesmo que breves), ou mostra um tempo de interesse e atenção muito restrito diante de narrativas;

  • Problemas de memória: demora em adquirir novos aprendizados como soletrar ou repetir os números, não se recorda de fatos ou se enrola ao contar uma história;

  • Problemas de atenção: é distraída, impulsiva e não consegue se concentrar por períodos normais aos outros alunos;

  • Problemas motores: demora a cumprir tarefas como amarrar os cadarços ou escovar os dentes (autonomia), não consegue manusear materiais como lápis e caneta satisfatoriamente, reluta em desenhar ou escrever;

  • Problemas sociais: ela grita, reclama ou agride colegas, reage mal quando perde ou é contrariada, chateia-se demais com os próprios erros (ou ignora-os, fingindo que não errou), não parece capaz de trabalhar em equipe.

Se sinais como os descritos acima de fato se manifestarem, a escola precisa entrar em estado de alerta. “Quando o professor já tentou intervir nas dificuldades de aprendizado ou comportamentos inadequados da criança, mas ela continua apresentando-os, surge o momento de encaminhá-la para uma avaliação profissional”, explica Marli.

O procedimento correto é convidar os pais para uma conversa em particular e, em um primeiro momento, elogiar o aluno, citando suas qualidades – para, em seguida, apontar os problemas que vêm persistindo.

Deste momento em diante, é essencial que a escola trabalhe em parceria com o psicopedagogo ou psicólogo escolhido. Ambos devem manter contato para discutir os avanços da criança, os métodos bem-sucedidos e as crises que ainda permanecem. E o tratamento não é exclusividade do aluno, avisa Marli: “Os resultados são sempre melhores quanto o professor também procura ser orientado em seu trabalho”.

Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Contate a psicopedagoga Juliana Melo (Itabuna - BA) através do e-mail: julianameloo@hotmail.com ou tel: (73) 99121-8070


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