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  • Foto do escritorJuliana Melo

Neuropsicologia da Idoso: Degeneração lobo frontotemporal (DLFT)


Segundo a Literatura, a demência frontotemporal é uma perturbação degenerativa que apresenta um quadro clínico exclusivo, com alterações de linguagem, de personalidade e de comportamento. Tem um início insidioso e é de caráter progressivo. Nos casos de perturbação frontotemporal, a memória e as habilidades visuais e espaciais encontram-se relativamente preservadas, o que a distingue da doença de Alzheimer.

Existem três síndromes que constituem as demências frontotemporais, como a Demência do Lobo Frontal ou Doença de Pick, a Afasia Não Fluente Progressiva e a Demência Semântica. Mais tarde, foram incluídas a Afasia Primária Progressiva, a Demência Frontotemporal com Parkinsonismo, a Demência Frontotemporal do Neurônio Motor e a Degenerescência Corticobasal.

As pessoas que sofrem deste tipo de perturbação têm um histórico familiar de demência, o que sugere que existe um fator genético que contribui para o aparecimento desta patologia. A duração deste tipo de demência é variada, pois em alguns pacientes pode atuar de uma forma progressiva durante um período de dois a três anos, enquanto em outros provoca alterações mínimas ao longo de muitos anos. Normalmente, os seus sintomas principais revelam-se entre os 40 e os 65 anos de idade e afetam os homens e as mulheres.

As pessoas que sofrem desta desordem mental têm muitos problemas comportamentais e sociais. Dos sintomas principais que a caracterizam, destacam-se os seguintes: dificuldade em se manter socialmente ativo; incapacidade de manter relações interpessoais; comportamento compulsivo e repetitivo; ter uma conduta social pouco apropriada, uma vez que demonstra não saber estar em público; alterações ao nível da fala e do discurso; descuido da higiene pessoal; aumento do apetite; apresentação de reflexos primitivos, como os de preensão palmar, de sucção e de projeção tónica nos lábios. Além desses sintomas, outros semelhantes à doença de Alzheimer tais como: dificuldade de movimentos, tremores, rigidez dos membros e do tronco, instabilidade postural, perda de equilíbrio e de coordenação, entre outros; perda de memória, embora isso só ocorra numa fase avançada da doença e apatia, desordem do pensamento e mudança de personalidade.

A demência frontotemporal diz respeito às perturbações que são produzidas por atrofia cortical que está focalizada nos lobos frontais e/ou temporais. Os lobos frontais podem dividir-se em três áreas diferentes: órbitobasal ou ventromedial, médio ou dorsolateral. A lesão em cada uma das áreas provoca manifestações clínicas diferentes nos comportamentos, emoções e habilidades humanas.

O diagnóstico da demência frontotemporal apresenta determinados elementos clínicos que caracterizam esta perturbação. São eles: início insidioso e evolução lenta; perda precoce de consciência pessoal e social; incapacidade de introspeção; sinais precoces de desinibição, uma saúde sexual fragilizada e descontrolada, comportamentos violentos, entre outros; rigidez mental e inflexibilidade; comportamentos infantis; condutas estereotipadas e perseverantes; hiperoralidade; impulsividade, distração e falta de persistência e comportamentos de uso e exploração descontrolada de objetos; alterações afetivas com

o: depressão, ansiedade, pensamentos suicidas, delírios e alucinações constantes; hipocondria e preocupações somáticas extremas; falta de empatia e inércia e falta de espontaneidade e ainda alterações na fala como a redução progressiva e estereotipada da fala; ecolalia e mutismo tardio.

Para diagnosticar é necessário que o paciente realize um eletroencefalograma que é um exame muito importante que dá a conhecer o registo gráfico das correntes elétricas que são desenvolvidas no encéfalo. Quando a perturbação é evidente, o exame mostra níveis normais nos vários tipos de demências frontotemporais. No entanto, com o desenvolvimento da desordem mental, alguns pacientes podem apresentar um exame com resultados anormais, nomeadamente com diminuição da forma das ondas. Esta situação não acontece em pacientes que sofrem da doença de Alzheimer, pois o eletroencefalograma mostra a maioria das anomalias nos primeiros resultados. A análise quantitativa do eletroencefalograma melhora o diagnóstico diferencial entre a doença de Alzheimer, demência vascular e demência com corpos de Lewy.

Outros exames importantes são a tomografia computadorizada (TC) do crânio e a ressonância magnética (RM) também são, normalmente, dois exames obrigatórios para saber se um idoso sofre de demência. Por outro lado, a tomografia por emissão de fotões simples (SPECT) está hoje em dia disponível em muitos centros médicos e constitui-se como uma parte importante na avaliação de pacientes com demência.


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