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  • Foto do escritorJuliana Melo

Estágio Sensório Motor - crianças de 0 a 2 anos


De acordo com PAPALAIA & OLDS (2006), se os bebês pudessem falar, eles protestariam que sua inteligência foi subestimada durante séculos. Esta subestimação persistiu quase até a atualidade por causa de dois movimentos importantes ao final do século XIX. Enquanto os psicólogos estavam começando a propor teorias do desenvolvimento humano, os médicos estavam estabelecendo uma rotina na qual os bebês nasciam em hospitais, eram expostos a drogas sedativas e isolados de suas mães – situação não muito propícia para melhor demonstrar as habilidades dos recém-chegados! Além disso, os primeiros testes para estudar a inteligência dos bebês eram baseados em testes para adultos ou animais, nenhum dos quais adequados, portanto.

Hoje, nossa visão das habilidades cognitivas dos bebês mudou radicalmente. Durante as últimas décadas, houve mais pesquisas nesse tópico do que durante toda a história pregressa. Agora sabemos que o bebê humano normal e saudável é acentuadamente competente. Os bebês vêm ao mundo com as capacidades de aprender e lembrar, assim como de adquirir e usar a linguagem. Os recém-nascidos começam avaliando o que seus sentidos lhes informam. Eles usam suas habilidades cognitivas para distinguir entre experiências sensoriais (tais como os sons de diferentes vozes), construir sobre seu pequeno repertório inato de comportamentos (principalmente mamar) e exercer controle crescente sobre seu comportamento e seu mundo (PAPALIA & OLDS, 2006).

Exemplo: Lucas, com um ano de idade, adorava pipoca e também brincar. Um dia seu pai, colocou algumas pipocas em sua mão, fechou-a, e a posicionou sobre a bandeja da cadeira de Lucas. Com ambas as mãos, ele forçava os dedos a se abrir, via a pipoca, e soltava quando tentava pegá-las. Quando tinha os dedos livres, o pai os fechava novamente sobre as pipocas. Depois de duas outras tentativas, Lucas descobriu que podia manter os dedos da mão dele abertos com uma mão enquanto pegava a pipoca com a outra. Um dia, quando tinha numa das mãos um brinquedo que não queria largar, Lucas encontrou outra solução. Ele abriu os dedos do pai com sua mão livre e os mantiveram abertos com a ajuda do queixo, de forma que pudesse usar a mesma mão para pegar as pipocas.

Lucas demonstrou comportamento inteligente, comportamento que envolve aprendizagem complexa iniciada de modo independente. Geralmente concorda-se que o comportamento inteligente tem dois aspectos-chave. Primeiro, ele é orientado para a meta: consciente e deliberado e não acidental. Segundo, é adaptativo: dirigido à adaptação às circunstâncias e às condições de vida.

A inteligência é influenciada tanto pela capacidade herdada quanto pela experiência. A inteligência permite que as pessoas adquiram, lembrem e usem o conhecimento; compreendam conceitos e relacionamentos; e apliquem o conhecimento e a compreensão nos problemas cotidianos.

Como e quando os bebês aprendem a resolver problemas? Como e quando se desenvolve a memória? O que explica as diferenças individuais nas habilidades cognitivas? Podemos medir a inteligência de um bebê? Podemos prever o quão inteligente será esse bebê posteriormente?

A maioria dos pesquisadores do desenvolvimento cognitivo usa uma de quatro abordagens para o estudo de tais questões:

• Abordagem Comportamentalista ou behaviorista: Estuda a mecânica básica da aprendizagem. Ela preocupa-se em como o comportamento muda em resposta à experiência. Desde que tenha um reforço positivo. No início deve ser primário (balas, brinquedos), gradualmente poderá ser substituído pelo social, como elogios. Assim, o comportamento se mantém.

• Abordagem Piagetiana: Observa as mudanças na qualidade do funcionamento cognitivo, ou o que a pessoa é capaz de fazer. Ela se relaciona com a evolução das estruturas mentais e como as crianças se adaptam a seu ambiente, sustentando que a cognição se desenvolve em etapas.

• Abordagem Psicométrica: Tenta medir as diferenças individuais em termos de quantidade de inteligência, quanta inteligência uma pessoa tem. Quanto mais alto o escore de uma pessoa num teste de inteligência, mais inteligente presume-se que ela é.

• Abordagem do processo de informações: Concentra-se nas diferenças individuais quanto ao modo no qual as pessoas usam sua inteligência. Ela procura descobrir os processos envolvidos na percepção e no manuseio da informação.

• Abordagem Behaviorista: Os bebês aprendem a sugar um mamilo? Provavelmente não. Mamar é um reflexo com o qual nascem. Mas, mamar logo se torna um comportamento aprendido quando leva à satisfação de ter enchido o estômago.

Os seres humanos nascem com a capacidade de aprender a partir da experiência. Os bebês aprendem com o que veem, ouvem, cheiram, degustam e tocam. A maturação é essencial para essa capacidade crescente de aprender.

Certas capacidades neurológicas, sensórias e motoras devem estar presentes antes que a aprendizagem relacionada possa ocorrer. Os teóricos da aprendizagem reconhecem a maturação como fator limitador, porém não se concentram na mesma. Seu principal interesse são os mecanismos pelos quais as pessoas aprendem.

Os behavioristas estudam dois processos simples de aprendizagem: condicionamento clássico e condicionamento operante.

No condicionamento clássico, uma pessoa ou um animal aprende a responder automaticamente a um estímulo que originalmente não provocava a resposta. Ou seja, a pessoa aprende a antecipar acontecimentos.

Por meio de um estudo de Blass, Ganchrow & Steiner (1984), bebês com apenas duas horas de vida foram condicionados de maneira clássica a virar a cabeça e mamar caso sua testa fosse acariciada: acariciavam-se suas testas ao mesmo tempo em que recebiam uma mamadeira de água adocicada. Bebês recém-nascidos aprenderam a mamar quando se ouviam uma sineta ou sinal; a mostrar o reflexo de Babkin (virar a cabeça e abrir a boca) quando seus braços eram movidos (ao invés do estímulo usual, pressão na palma da mão); a dilatar e contrair as pupilas de seus olhos; a piscar; e a mostrar alteração na frequência cardíaca.

No condicionamento operante, o bebê aprende a dar uma determinada resposta para produzir um efeito particular. O condicionamento operante, no qual o aprendiz atua e influencia o ambiente, pode ser usado para aprender comportamentos voluntários (em contrastes com os comportamentos involuntários, como piscar).

O condicionamento clássico e operante podem juntos produzir um comportamento cada vez mais complexo. Em estudos com bebês de uma a 20 semanas de vida, os bebês recebiam leite se virassem a cabeça para a esquerda ao ouvirem o som de uma sineta. Os bebês que não aprendiam a virar a cabeça por meio desse condicionamento operante eram então condicionados de maneira clássica. Quando a sineta tocava, o canto esquerdo da boca do bebê era tocado, e ele então virava a cabeça e recebia o leite. (O toque era o estímulo não condicionado; virar a cabeça era a resposta não condicionada. A sineta era o estímulo condicionado; virar a cabeça para a sineta tornou-se a resposta condicionada). Na idade de quatro a seis semanas, todos os bebês haviam aprendido a virar a cabeça ao ouvir a sineta. Então, os bebês aprenderam a diferenciar a sineta de uma campainha. Quando a sineta soava, eles eram alimentados pela esquerda; quando a campainha tocava, eram alimentados pela direita. Com aproximadamente três meses de idade, os bebês haviam aprendido a virar para o lado que trazia comida, sinalizado pela sineta ou pela campanha. Aos quatro meses, eles aprendiam até a inverter suas respostas à sineta e à campainha, ação de complexidade impressionante (PAPALIA & OLDS, 2006).

Caso os bebês não tivessem a capacidade de lembrar pelo menos em curto prazo, eles não seriam capazes de aprender. Estudos utilizando condicionamento operante constataram que bebês de dois a seis meses são capazes de lembrar-se de realizar uma ação que lhes proporcionou prazer, contanto que a situação de teste seja virtualmente idêntica aquela na qual se deu o treinamento inicial (PAPALIA & OLDS, 2006).

Abordagem Piagetiana: A abordagem cognitiva de Jean Piaget exerce hoje relevante papel em todas as áreas da psicologia e, principalmente, nos campos aplicados da educação e da psicoterapia. Abandonando a ideia de avaliar o nível de inteligência de um indivíduo por meio de suas respostas aos itens de determinados testes, Piaget adotou um método clínico por meio do qual procura acompanhar o processo do pensamento da criança para daí chegar ao conceito de inteligência como capacidade geral de adaptação do organismo (PAPALIA & OLDS, 2006).

Os conceitos fundamentais da abordagem de Piaget são: esquema, ou estrutura, que é a unidade estrutural do desenvolvimento cognitivo; assimilação, processo pelo qual, novos objetos são incorporados aos esquemas; acomodação, que ocorre quando novas experiências modificam esquemas; equilibração, resolução de tensão entre assimilação e acomodação; operação, rotina mental caracterizada por sua reversibilidade e que representa o elemento principal do processo do desenvolvimento cognitivo.

O desenvolvimento cognitivo se dá em quatro períodos (PAPALIA & OLDS, 2006): - O período sensório-motor (zero a dois anos), caracterizado pelas atividades reflexas;

- O período pré-operacional (dois a sete anos), em que a criança pode lidar simbolicamente com certos aspectos da realidade, mas seu pensamento ainda se caracteriza pela responsabilidade; Dividido em: Pensamento simbólico pré-conceitual: dois a quatro anos e Pensamento intuitivo: quatro a sete anos.

- O período das operações intelectuais concretas (7 a 12 anos), em que a criança adquire o esquema de conservação;

- Período das operações intelectuais abstratas (dos 12 anos em diante), caracterizado pelo pensamento proposicional e que representa o ideal da evolução cognitiva do ser humano.

Abordagem Psicométrica: A curiosidade de Piaget pelos processos de pensamento das crianças foi inicialmente estimulada por seu trabalho com os primeiros testes de inteligência que estavam sendo desenvolvidos em Paris. No início do século XX, administradores de escolas daquela cidade pediram ao psicólogo Alfred Binet que criasse uma maneira de identificar as crianças que eram incapazes de manejar as atividades acadêmicas e que deveriam ser afastadas das aulas regulares e receber treinamento especial. O teste que Binet e seu colega Theodore Simon desenvolveram foi o precursor dos testes psicométricos, usados com crianças de todos os níveis de habilidade, que tentam avaliar a inteligência por meio de números. Um deles é a escala de Inteligência Stanford-Binet, uma versão americana dos testes Binet-Simon tradicionais (PAPALIA & OLDS, 2006). É importante frisar que estes testes foram realizados a partir da realidade europeia (Paris), então temos que adaptar alguns objetos e realidades próprias do nosso país.

Em contraste com a preocupação de Piaget com a mudança qualitativa, a meta dos testes psicométricos é medir quantitativamente os fatores que constituem a inteligência, como compreensão e raciocínio. Os testes de QI (Quociente de Inteligência) consistem de perguntas ou tarefas que supostamente mostre o quanto dessas habilidades uma pessoa dispõe, comparando-se, para isso, seu desempenho com o desempenho de outras pessoas submetidas ao teste. O escore de uma criança é comparado com normas padronizadas – padrões obtidos a partir dos escores de uma amostra mais ampla e representativa de crianças da mesma idade que foram submetidas ao teste enquanto ele estava sendo desenvolvido (PAPALIA & OLDS, 2006).

Os criadores de testes criam técnicas para tentar garantir que os mesmos tenham alta validade (isto é, que os testes meçam as habilidades que alegam medir) e confiabilidade (isto é, que os resultados dos testes sejam razoavelmente consistentes de uma vez para outra). Os testes podem ser significativos e úteis somente se forem válidos e confiáveis. Para crianças em idade escolar, os escores dos testes de inteligência podem prever o desempenho escolar de modo relativamente preciso e confiável. Testar a inteligência de bebês e crianças jovens é outra questão (PAPALIA & OLDS, 2006).

Abordagem do processo de informações: Os pesquisadores do processamento de informações concentram-se na memória, na resolução de problemas e na aprendizagem. Eles veem as pessoas como manipuladores de percepções e símbolos. Sua meta é descobrir o que bebês, crianças e adultos fazem com a informação desde o momento em que a percebem até sua utilização. Assim como a abordagem psicométrica, a teoria do processamento de informações preocupa-se com as diferenças individuais no comportamento inteligente; mas ela se concentra na descrição dos processos mentais envolvidos na aquisição de informações ou na resolução de problemas, ao invés de simplesmente pressupor diferenças no funcionamento mental a partir de respostas dadas ou problemas resolvidos.

Em função da fraca correlação entre os escores em teste de desenvolvimento de bebês e em testes de QI posteriores, muitos psicólogos acreditavam que o funcionamento cognitivo do bebê tinha pouco em comum com aquele de crianças mais velhas e adultas, em outras palavras, que havia uma descontinuidade no desenvolvimento cognitivo. Hoje, as descobertas sobre a capacidade de bebês de interpretar suas percepções questionam essa visão. Quando avaliamos como os bebês processam as informações em vez de como realizam testes psicométricos, constatamos que o desenvolvimento mental é razoavelmente contínuo desde o nascimento até a infância (McCall & Carriger, 1993).

Desenvolvimento Físico e Motor

Ao nascer os meninos são maiores do que as meninas em todas as dimensões corporais e ambos triplicam o peso do corpo no primeiro ano de vida acrescentando de 30 a 38 cm ao comprimento antes dos 2 anos de idade.

Com isso verifica-­se que a criança apresenta um rápido ritmo de crescimento; aos dois anos tem a metade da altura que terá ao completar seu desenvolvimento físico. Somente na adolescência haverá um processo tão rápido de desenvolvimento.

De acordo com Malina (apud Bee,1997) o desenvolvimento motor nos primeiros dois anos de vida pode ser dividido em três grupos: habilidades locomotoras (andar, correr, saltar e pular); habilidades não­locomotoras (empurrar, puxar e inclinar); e habilidades manipulativas (agarrar, arremessar, pegar chutar). Em nossa observação no cotidiano escolar identificamos os seguintes aspectos em relação ao desenvolvimento motor da criança nessa fase:

• 1 mês – segura um objeto se colocado em sua mão;

• 2­3 meses – começa a bater em objetos ao seu alcance;

• 4­6 meses – rola em superfície / alcança e segura os objetos;

• 7­9 meses – senta sem ajuda / engatinha / transfere objetos de uma mão à outra;

• 10 a ­12 meses – fica em pé segurando em apoio / anda sem ajuda / agacha e inclina­se / segura uma colher;

• 13­ a 18 meses – caminha para trás e para os lados / corre / rola uma bola / empilha blocos / coloca objetos em recipientes. Há fatores que podem interferir no desenvolvimento físico e motor da criança de 0 a 2 anos, como:

• Hereditariedade - ­ A altura que cada indivíduo terá quando adulto é determinado por um fator hereditário, um fator herdado dos pais.

• Nutrição e saúde ­- A má nutrição infantil, doenças na infância e situações de estresse podem ter impacto negativo sobre o crescimento físico; as crianças que não têm boa alimentação tendem a ser: mais baixas, pesar menos e apresentar um ritmo mais lento de crescimento. Quando a má nutrição ocorre nos primeiros dois anos de vida, as conseqüências são irreversíveis ao desenvolvimento da criança. No entanto, se ela ocorrer depois desse período, seu efeito pode ser reversível com medidas compensatórias.

• Equilíbrios hormonais – Desequilíbrio hormonal decorrente do mau funcionamento da hipófise ou tireóide pode causar danos permanentes no crescimento da criança, como o hipotireoidismo que leva ao cretinismo, nanismo e deficiência mental. A avaliação da circunferência da cabeça da criança e exames de raios­X revela o nível de ossificação do corpo e servem de índice para estimar a situação presente e futura.

• Estados emocionais – um ambiente cheio de tensão pode inibir o crescimento da criança, uma vez que estresse prolongado gera menor produção de hormônio do crescimento.

Desenvolvimento Cognitivo

De acordo com Jean Piaget (1896­1980), em relação ao desenvolvimento cognitivo, a criança encontra­se no estádio sensório motor. O estádio sensório motor ocorre no período entre 0 e 2 anos e é dividido em 6 sub­estádios. No início ocorre um processo de total indiferenciação entre o eu e o mundo exterior e uma das funções da inteligência será a diferenciação entre objetos externos e o próprio corpo.

No primeiro sub­estádio (0 a 1 mês) ocorre a construção dos primeiros esquemas; os reflexos inatos como sugar e olhar são construídos pela criança na interação com o objeto (seio) como esquemas de sugar e olhar.

No segundo sub­estádio (1 a 4 meses) a criança apresenta as reações circulares primárias, que consistem na repetição dos esquemas recém construídos: o bebê pratica, incansavelmente, os esquemas de olhar um objeto, sugar chupeta, a língua, um objeto que encosta em sua boca, movimentar braços e pernas em ritmo constante.

No terceiro sub­estádio (4 a 8 meses) a criança apresenta as reações circulares secundárias, em que um espetáculo interessante obtido ao acaso, leva a criança à repetição de um esquema para rever a situação que lhe causar prazer: puxar um cordão para ver o movimento de um brinquedo em seu berço.

No quarto sub­estádio (8­12 meses) ocorre a construção da noção de permanência do objeto: a criança compreende que um objeto continua existindo mesmo estando fora de seu campo visual. Segundo Piaget, nesse momento ocorre a construção da inteligência sensório motora.

No quinto sub­estádio (12 ­18 meses) a criança apresenta as reações circulares terciárias, que consistem em um processo de experimentação do bebê em relação aos objetos. Ele tenta diferentes formas de brincar e manipular os objetos.

Piaget observa três condutas inteligentes na criança nesse momento: suporte (para pegar um objeto que está sob uma base, a criança não vai até o objeto e sim puxa o suporte e traz o objeto até si mesma), barbante (um brinquedo preso a um barbante, a criança puxa o barbante e traz o objeto para si) e bastão (é utilizado pela criança para pegar algo que sua mão alcança).

Faça essa observação: coloque um brinquedo que está sendo manuseado pela criança embaixo de uma almofada ou lenço e veja o que irá acontecer. A criança irá retirar o obstáculo, pois sabe que o objeto continua existindo mesmo fora de seu campo visual. Ela já construiu a noção de permanência do objeto.

No sexto sub­estádio (18­24 meses) fase de transição para o estádio seguinte, ocorre o início do pensamento representativo, a criança começa a utilizar símbolos para representar objetos e eventos. O desenvolvimento da linguagem representa um marco nesse processo de transição.

Marcos no Desenvolvimento da Linguagem dos 0 aos 2 anos

· 2 a 3 meses – arrulhar e rir

· 6 a 10 meses – balbuciar

· 9 a 10 meses – imitação e utilização de gestos e sons

· 10 a 14 meses – pronunciar as primeiras palavras

·16 a 24 meses – vocabulário de 50 a 400 palavras

· 18 a 24 meses – pronunciar sua primeira frase 24 meses – estabelecer diálogos.

Desenvolvimento Afetivo­Emocional

A principal tarefa nesta etapa é a construção da noção do eu (eu corporal e eu psíquico) que irá permitir à criança a construção da consciência de si mesma como ser individual.

Para à formação do eu corporal é necessário que a criança diferencie dois fatores: as sensações que têm origem em suas necessidades orgânicas e as respostas que o adulto dá às suas sensações.

A consciência de si mesma surge quando o bebê é capaz de separar o interior (de si mesmo) do exterior (outro ­ mãe), ou seja, é capaz de separar as sensações das modificações ambientais causadas pela presença de outra pessoa.

Nesse sentido, os cuidados que o bebê recebe nesse período fazem com que ele desenvolva o sentimento de confiança básica que consiste na certeza que suas necessidades serão atendidas assim que forem manifestadas – a criança passa a ‘confiar’ no adulto, mesmo quando não está presente. Se suas necessidades não forem satisfeitas (prazer em ser ninada, cantar, acariciar, colocar em contato com a pele, pegar no colo, falar com carinho) o mundo da criança torna­-se fonte de ameaça e frustração. Pais hostis ou impacientes, que postergam suas necessidades, criam no bebê uma desorganização interna, ansiedade, medo dos adultos, sensação de isolamento e abandono.

De acordo com Freud (Rappaport, 1981), a estrutura sensorial mais desenvolvida nesse período é a boca. É pela boca que a criança irá lutar pela sobrevivência tanto física como afetiva, pois por meio dela irá provar e conhecer o mundo, sendo o seio materno o primeiro objeto de ligação infantil. Freud chamou esse período de fase oral, pela boca a criança explora o mundo (necessidade física: mamar e prazer no ato de sugar).

Desenvolvimento Social - Etapas do desenvolvimento social dos 0 aos 2 anos (Bee, 1987; Papalia, 2006)

· 0 mês sorriso social espontâneo;

· 2/3 meses primeiros sinais de apego; a criança pára de chorar com aproximação de alguém; chora quando se afasta;

· 6 meses apego definido;

· 8 meses medo de estranhos e ansiedade da separação (distingue pessoas estranhas das familiares);

· 12 meses brincadeiras de esconde­-esconde, fingir dormir, dar adeus, bater palminhas;

· 16/18 meses brinca com outras crianças com competição;

24 meses ingresso no ambiente social maior que o familiar.


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