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  • Foto do escritorJuliana Melo

Família, sociedade e escola: onde pretendemos chegar?


A nossa sociedade hoje está sofrendo transformações muito grandes em termos de acesso à informação e tecnologia, que faz com que as relações se modifiquem. Os adolescentes antigamente se reuniam e ficavam horas dançando ou batendo papo, fazendo festas de garagem. Então eles eram obrigados a aprender a lidar com o cara chato, com o sarna, aquele que incomoda. O adolescente tem a característica de corrigir um ao outro, pegar no pé, isso é muito saudável para desenvolver mecanismos de socialização, a pedir com licença, por favor, desculpa.

Com a tecnologia, ele não tem mais a oportunidade do olho no olho, se não gostou de um cara, ele bloqueia no facebook/ whatsapp/ instagram/ twitter. O adolescente não está mais acostumado a aceitar crítica, ele fica frágil, não suporta as críticas. Isso faz também com que, na escola, o professor que exija um pouco mais é mal visto. O adolescente reclama, acha ruim, não está acostumado a receber esse tipo de cobrança do professor que pega no pé.

A indisciplina tem aumentado bastante justamente por causa do tempo. As crianças estão cada vez menos sob orientação de um adulto. O pai dificilmente tem tempo para ficar com os filhos, a mãe trabalhando fora ainda tem todas as atividades da casa. Então ela tem momentos de interação, mas não tem momentos de intimidade. Tem aquela hora de fazer bagunça, e eles deixam regras de lado, ninguém quer pegar no pé do filho porque são tão poucos minutos para ficarem juntos. Então não tem qualidade essa relação. E esse estilo cada vez mais descomprometido tem efeitos na escola também.

As crianças e adolescentes, que deveriam estar aprendendo a ter educação com os pais, acabam chegando na escola totalmente indisciplinadas, batendo e xingando em vez de conversarem. O professor, que antigamente tinha tempo para ensinar o currículo, hoje tem que gastar 20 minutos corrigindo a indisciplina do aluno, fazendo-o sentar, pegar o caderno… Um monte de coisas da área da educação básica das famílias não está pronta, e o professor precisa dar conta disso. De uma aula de 40 ou 50 minutos que poderia estar sendo muito bem aproveitada com conteúdo, 20 minutos com certeza estão sendo jogados no lixo. Isso vai irritando tanto o professor, que depois não tem paciência na hora de explicar o assunto. Ele está sendo exigido além da conta, o professor foi preparado para ensinar currículos escolares, não para dar a educação que a família antigamente ensinava.


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