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  • Foto do escritorJuliana Melo

Abrigo de idosos em Itabuna – Lar São Francisco


Abrigar, receber, recolher, atender, proteger, são ações inerentes ao ato de resguardar algo ou alguém das intempéries, intercorrência do tempo, garantindo direitos… O Lar São Francisco consiste num desses lugares de repouso humanizados direcionados aos idosos, onde os mesmos tem possibilidade de manter a socialização no contato contínuo com outras pessoas, bem como realizar atividades com um nível de autonomia que lhes garanta a manutenção do sentimento de utilidade e “independência”. É uma tentativa de tornar o passar dos dias e o repouso, longe de seus familiares mais feliz, quiçá mais saudável.

Tive a oportunidade de conhecer este lugar no final de semana passado. O Lar São Francisco. Ambiente agradável e tranquilo. Chegando lá, conheci uma senhora muito simpática que me mostrou, junto com outras amigas, todos os cômodos do abrigo, dando-nos ciência de todas as atividades desenvolvidas por lá, as relações entre os moradores, o ambiente físicos entre outras diferentes características. O nível de atividade e dinamicidade desta senhora surpreendeu a mim e as outras pessoas presentes. Foi uma feliz surpresa. Uma senhora de 80 anos, que se autodenomina “moça-velha” por nunca ter se casado nem tido filhos. Trabalhou durante muitos anos, morava sozinha e, antes de se mudar para o abrigo, morava com uma sobrinha que, junto com o companheiro, decidiram levá-la para lá.

Ela relatou que, em um primeiro momento não queria ficar longe da sua família mas, hoje está feliz, gosta do ambiente e das amigas, além dos funcionários que a tratam com carinho e cuidado, estando portanto satisfeita. Gosta de se exercitar (apesar de no abrigo não haver aparelhos nem profissionais) ela tenta caminhar por lá, lava sua própria roupa íntima, pinta as unhas, usa perfume e é ágil.

Ao final da conversa ela solicita que, sempre que possível, voltássemos ao Lar, aos sábados e domingos pois sua sobrinha ia de vez em quando mas hoje em dia demora muito. Por um momento, sentimos como se, para a maioria das famílias, ao colocar um idoso no abrigo, encerra-se um ciclo familiar e a co-responsabilização pelo ser passa a ser um fragmento de carinho e amor…

Estou refletindo sobre isso.

Juliana Melo


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